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quinta-feira, 4 de abril de 2013

A incessante tarefa de aperfeiçoamento da gestão dos custos na cafeicultura de montanha

A cafeicultura de montanha tem como característica ser totalmente dependente de mão de obra em todas suas etapas de produção. Essa mão de obra na maioria das vezes é escassa, uma vez que o país passa por um momento de crescimento econômico, fazendo com que outros setores absorvam parte dos trabalhadores que antes eram direcionados para a atividade no campo, com destaque ao setor cafeeiro. Outro importante fator é que os processos de produção de cafés, em especial a colheita, não demandam uma qualificação tão significativa e com isso observa-se um baixo rendimento operacional. 

Este tipo de cafeicultura é encontrado em muitas regiões do país - ultrapassando 70% de toda a produção cafeeira nacional - onde a cultura do café destaca-se como a principal atividade econômica e é a responsável pela fixação do homem no campo em tais regiões, pela inviabilidade de outra atividade econômica na montanha. Via de regra, o perfil dos municípios que compõem estas regiões apresenta baixa densidade demográfica, consequentemente a oferta de mão de obra durante o período de colheita (maio a setembro) é inferior à demanda, fazendo com que haja necessidade da migração de trabalhadores vindos de outras regiões do país. Esta sazonalidade de mão de obra implica em maiores custos fixos devido aos investimentos em alojamentos, refeitórios, sanitários nas lavouras, transporte adequado, enfim toda a estruturação deve estar condizente com número de trabalhadores durante este período de safra. O respeito ao tempo de colheita neste período é fundamental, pois seu atraso prejudica a qualidade, a quantidade e acarreta a perda de produção do ano seguinte.

O quadro abaixo ilustra a participação relativa da mão de obra e insumos no custo de produção safra 2011/2012 em uma região de montanha com produtividade média de 35 sacas por hectare:


Fonte: Educampo Café SEBRAE-MG (Grupo Cooxupé Cabo Verde M.G)

Analisando o quadro acima nota-se que a mão de obra representa em valores médios 65 % do custo variável de produção, sendo em especial a colheita em 45,8 %. Quando somamos ao custo variável o custo fixo de produção, a saca passa a custar R$ 360,50. Assim sendo dentro do custo total o custo variável representa 75,8% e o custo fixo 24,11% como se pode observar no diagrama abaixo.
 


 
Diante de uma realidade onde o cenário não é tão favorável, o cafeicultor pode recorrer a ferramentas de gestão, alcançando desta forma a sustentabilidade econômica, social e ambiental, a exemplo de:

• Gestão detalhada de custos;

• Identificação dos talhões menos produtivos e consequentemente (via de regra) com maior custo;

• Busca por melhor qualidade dos cafés;

• Certificações;

• Manejo agronômico buscando redução da bianualidade;

• Estratégia de vendas;

• Otimização da estrutura de acordo com a produção;

• Aumentar os índices de produtividade;
 
• Estabelecimento de metas e trabalhar duro para que elas sejam conquistada;

• Equilíbrio do custo com a produtividade;

• Realização de colheita com maior índice de grãos cereja;

• Treinamento e qualificação da mão de obra;

• Utilização de sistema semi mecanizado de colheita (derriçadeira manual);

• Utilização correta de defensivos e fertilizantes;

• Formalização da mão de obra;

• Preservação dos recursos ambientais;

• Realizar manejo integrado de pragas e doenças;

Caro amigo cafeicultor, o pensamento em que uma fazenda deve ser gerenciada como uma empresa vem de longa data, e momentos como 2012/2013 onde o aumento no custo de produção não é acompanhado pelo preço de venda de uma saca e com um mercado cada vez mais competitivo, temos que priorizar a busca incessante das ferramentas de gestão para que possamos continuar nesta atividade, que é uma das mais, se não a mais bela de todas.
 
Safristas de outras regiões durante o período da colheita




 Vista geral de lavouras cafeeiras de montanha - Sul de Minas




 



Pulverização Manual


A amostragem aqui exposta possui 15 fazendas, 1000 hectares produtivos, localizados nos municípios de Cabo Verde, Botelhos e Poços de Caldas - Sul de Minas .

Fonte: cafépoint
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